Desde janeiro, quando começamos a entender o que era o Coronavírus e o que ele podia causar, universidades e cientistas de todo o mundo se juntaram para pesquisar sobre uma vacina que possa imunizar a população.
Atualmente, centenas de estudos apontam diferentes métodos para a elaboração de uma vacina e a corrida para a fabricação em massa parece cada vez mais perto.
De acordo com Debora Bondança, farmacêutica e sócia-diretora da rede de Drogarias Poupe Mais, é preciso ter cuidado quando falamos da saúde das pessoas. “As vacinas possuem estágios para verificar sua eficácia. Por isso, antes de serem testadas em humanos, elas são aplicadas em animais, que são estudados à exaustão para entender quais efeitos colaterais podem desencadear”.
Basicamente, do início da necessidade da vacina até a imunização em seres humanos, ela passa por três grandes e importantes momentos como a pesquisa, testes iniciais e os ensaios clínicos.
Pesquisa
Nesse momento, são estudadas as possibilidades para, a partir de então, iniciar o desenvolvimento. Atualmente já existem muitas vacinas no mercado e as tecnologias utilizadas nelas podem ser reaproveitadas em outras, ou até mesmo desenvolver novas tecnologias e metodologias para uma eficácia mais assertiva – mas isso pode levar ainda mais tempo.
Testes iniciais
A partir desse estágio, são iniciados os testes in vitro, ou seja, em ambientes controlados dentro dos laboratórios. A primeira versão da vacina é inserida em tubos de ensaio que já contém células contaminadas. Nesse momento é estudado como o novo medicamento atua para que as células se curem do vírus.
Ensaios clínicos
A última e mais demorada fase de experimentação se divide em outros três estágios. O primeiro é onde iniciam os estudos realizados em seres humanos para atestar a segurança da vacina. O segundo estágio visa definir a sua capacidade de resposta imune. A terceira etapa é o momento que comprova a sua eficácia e, por fim, a última etapa que é a distribuição à população após registro sanitário.
Esses testes, realizados com voluntários, são detalhados nos seguintes passos:
1º – envolve pessoas saudáveis em um grupo menor. Neste momento são analisadas as respostas do sistema imune;
2º – indivíduos que apresentam riscos são acrescentados a um grupo que concentra maior número de pessoas, podendo ser percebido nessa etapa a eficácia da vacina;
3º – testes realizados em centenas de pessoas mesclando aqueles que apresentam riscos com os que são sadios (nesse passo, a eficácia é medida em situações naturais da existência da doença)
Após a última etapa e depois de receber a aprovação dos órgãos regulatórios, ocorre a fabricação em maior escala e o início da distribuição à população. Mesmo depois de ser aprovada, a vacina permanece em constante avaliação e observação.
Apesar do avanço nas pesquisas sobre a vacina contra o coronavírus, ela ainda não é realidade. Por isso, os cuidados como a higienização constante das mãos, uso de álcool gel e máscaras, além do isolamento social, continuam sendo fundamentais.
